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Home Edição de 01/09/2022

A Guerra da Independência na Bahia

A Independência do Brasil não se definiu com o declaração de D. Pedro I em 7 de Setembro de 1822. A Guerra da Independência ocorreu principalmente no Nordeste do País. As lutas no Recôncavo Baiano tiveram um papel chave na consolidação da Independência do Brasil.
O processo de Independência dependia, sobretudo, da expulsão das tropas portuguesas.
Na Bahia, o processo de resistência portuguesa já existia antes mesmo da eminente declaração de Independência de Dom Pedro.
Em fevereiro de 1822, já temendo reações populares contra sua tropa, o comandante português decidiu reafirmar sua presença na região, atacando tropas de militares nativos e invadindo casas de moradores.
Apesar da vantagem lusa no momento inicial, o número de pessoas que lutava contra as tropas portuguesas na região crescia cada vez mais. Grande parte da população se mobilizou.
Os confrontos tomaram as regiões da Cachoeira, cidades do Recôncavo Baiano e, até mesmo, Salvador.

Três mulheres se tornaram símbolos dessa luta:

Maria Felipa
Conhecida pela altura e a força física, a pescadora e marisqueira liderou um grupo de 200 pessoas, incluindo outras mulheres negras e indígenas, em batalhas contra os portugueses que atacavam a ilha de Itaparica, no litoral baiano.
Munidas de facas de cortar baleias, peixeiras e galhos com espinhos, as mulheres lideradas por Maria Felipa aliavam técnicas de sedução a táticas de guerrilha contra os portugueses. em um de seus maiores feitos, queimaram 40 embarcações que tentavam dali se aproximar.
Mesmo após a vitória, Maria Felipa tornou-se uma liderança popular e um símbolo da participação feminina nos momentos mais importantes da história brasileira.

Maria Quitéria
Sob a alcunha de “soldado Medeiros”, Maria Quitéria de Jesus foi a primeira mulher a integrar as Forças Armadas, condecorada como heroína por Dom Pedro 1º e símbolo de lutas femininas dos anos porvir, como na luta pela anistia durante a Ditadura Militar.
Ao saber da formação de uma Junta Provisória que buscava homens para participar da luta armada, pegou a roupa de seu cunhado, cortou os cabelos e se apresentou ao batalhão passando-se por homem. Assim, em 1823, comandou um grupo de mulheres civis contra os portugueses no litoral do Recôncavo, o que foi essencial não só para a independência baiana, mas também para alçá-la à categoria de heroína da pátria.

Joana Angélica
De todos os episódios que marcaram o período, um dos mais marcantes foi o ataque de soldados contra o convento Nossa Senhora da Conceição da Lapa.
Enquanto tentava proteger o local da invasão, a freira Joana Angélica morreu por golpe de baioneta num ato de bravura reconhecido pela Igreja Católica.
Após a tomada do Forte de São Pedro, soldados portugueses perseguiam brasileiros até o convento, onde achavam que eles teriam se escondido. Entre eles e seu objetivo, estava a valente freira, que colocou-se diante das tropas para impedir que homens invadissem a clausura.
Com a intenção de proteger as noviças e outras irmãs da invasão, acabou tornando-se a primeira heroína da independência.

Somente no dia 2 de julho de 1823, as tropas portuguesas foram derrotadas.
Diante de toda luta ocorrida no local, a data se tornou feriado baiano, em que é comemorado o “Dia de Independência da Bahia”.
Este é o motivo de termos escolhido o nome “2 de Julho” para a nossa rodada.
E, no ano que comemoramos o Bicentenário da Independência, a LABRE Bahia estará distribuindo um Certificado alusivo à data para quem fizer contato com a PY6AA no dia 07/09.