Centenário do Radioamadorismo
Durante a década de 1890, vários inventores estavam desenvolvendo sistemas de comunicação sem fio — entre eles, o físico italiano Guglielmo Marconi. Em 1895, ele apresentou ao mundo o primeiro telégrafo, que permitia enviar mensagens de texto via ondas de rádio – por meio do Código Morse. Já a transmissão de voz por ondas de rádio seria demonstrada cerca de 10 anos depois, em 1914, também por Marconi.
Porém, um padre gaúcho, chamado Landell Roberto de Moura teria feito isso antes mesmo do italiano.
Landell – considerado um dos primeiros cientistas brasileiros – teria sido injustiçado pela história. O padre fez uma demonstração inédita e pública de uma transmissão de rádio no dia 16 de julho de 1899, ou seja, anos antes das experiências feitas por Marconi.
A patente desse primeiro aparelho de rádio foi registrada no Brasil e nos Estados Unidos, mas o padre não conseguiu comercializar o seu invento. Em 1906, o padre brasileiro chegou a solicitar uma ajuda ao governo de São Paulo para industrializar um sistema de rádio no país, mas o pedido acabou sendo arquivado.
Além do aparelho de rádio, Landell também foi visionário ao criar o termo “televisão”, em 1913, chegando, inclusive, a projetar o dispositivo, mas não chegou a construí-lo. Em 1928, Landell morreu sem o reconhecimento da sua contribuição para a história da radiodifusão mundial.
E, graças às experiências e inventos do Padre Landell de Moura, no dia 07 de setembro de 1922, 100 anos atrás, durante a Exposição Internacional do Rio de Janeiro no centenário de emancipação do país, acontecia a 1ª grande transmissão radiofônica no Brasil. Do estúdio ao streaming, o meio passou por mudanças, enfrentou obstáculos e precisou ser reinventado ao longo dos anos.
Temos, portanto o nosso Landell de Moura, o padre inventor, como o nosso patrono do radioamadorismo brasileiro num reconhecimento justo.